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ALIAS: A Secret Life #2 (2003), de Laura Peyton Roberts: é como assistir outra vez

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Sem spoilers.

Do início ao fim, já assisti a série ALIAS umas 3 vezes, fora os episódios esporádicos. E sempre fico com saudade de Sydney Bristow (interpretada por Jennifer Garner) e suas missões que deixam qualquer agentezinho de Missão Impossível mordido de inveja com tanta graça e habilidade no que uma espiã faz de melhor: salvar o mundo.

ALIAS veio antes de LOST na vida de J. J. Abrams, e é sem dúvida um dos melhores programas de TV já feitos. Não é gratuito que Sydney Bristow é mais lembrada pelos americanos como uma heroína da nação do que o antiterrorista Jack Bauer, de 24 Horas. A vida dupla de Sydney, as mentiras que a rodeiam, a busca por duras verdades, quem podemos confiar, quem não podemos, a complicada relação com seu pai, Jack Bristow... foram sem dúvida 5 temporadas incríveis, que nessa série de livros transformam o mundo fantástico de ALIAS em literatura.

Na trama deste segundo livro dos volumes prequel (antes da série começar - são 12 no total, voltados para o público jovem-adulto), conferimos a primeira missão na vida de Sydney. Além de resgatar personagens da série, como a carismática melhor amiga Francie Calfo, o clima da série está presente em cada capítulo, cada pensamento de Sydney. É muito entuasiasmante poder entrar na cabeça da Syd tão jovem (por volta dos 20 anos) e vê-la em dúvidas, com medo, sua ansiedade frente às missões de seu trabalho.

Estou empolgado para conseguir os outros volumes ( e todos os outros que se passam durante a 4ª temporada). Não são todos os livros que foram escritos pela autora Roberts, o que certamente contribui para novas perspectivas do mundo da espionagem. Está sendo uma batalha para encontrar os outros volumes, mas vale a pena todo o esforço para sentir-se outra vez em ação. Porque aquele clichê de que " a história nunca acaba no final" é a mais pura verdade, mas o de que "por trás de uma história há muitas histórias" com certeza fazem valer essa saga prequel. Infelizmente, não existe tradução para o português, mas não me importo nem um pouquinho! O vocabulário é razoavelmente simples para quem nunca se debruçou sobre livros em inglês. Tá aí sua missão!

Autora: Laura Peyton Roberts (EUA)
Bantam Books
+ ou - R$ 17,00
203p.

The Trick is to Keep Breathing (1989), de Janice Galloway: the trick is to keep READING

3 comentários


Sem SPOILERS.

Depois de um mês me debatendo, terminei. O título já me chamaria a atenção mesmo que não fosse uma leitura obrigatória para a cadeira de Literatura Inglesa IV. Pela espessura, pensei erroneamente que levaria uma semana, no máximo duas, para terminá-lo em meio aos compromissos da faculdade. Mas precisei de fôlego,
bastante fôlego para dar um fim - ou seria um novo começo? - para essa aventura interna.

O livro conta a história de Joy Stone (irônico se não fosse tão óbvio), uma mulher com pouco menos de trinta anos que tem... um problema. Mas ela não sabe exatamente o que é. Com pequenos recortes em parágrafos soltos, esmigalhados, unidos apenas pela dor das palavras que lhes compõe, Galloway mostra-se digna vencedora do American Academy of Arts E. M. Foster Award, sendo o livro eleito o melhor livro do ano de 1990 (MIND/Allan Lane Book of the Year). Narrado pela própria Ms. Stone, o livro é uma saga através do maior dos males atuais: a depressão. Assombrada por uma tragédia, a "heroína" relata seus dias e suas rotinas que já não fazem mais sentido, onde o simples fato de levantar da cama e se arrumar para o trabalho é um esforço sobre-humano. O vocabulário é rico (li o original em inglês, e não encontrei nenhuma informação sobre traduções) e segue dois percursos: extremamente detalhista ou vago pela incerteza. Muitas vezes fui apenas no
feeling para compreender o que se passava, e é nesse ponto que o livro ganha meu apreço (que mudava constantemente para pavor). O livro leva aos lugares mais remotos do seu eu, colocando em palavras o que tentamos todos os dias não sentir: a falta de razão para seguir adiante, a incapacidade de ser "comum", a ausência de atitudes em meio à inundação de pensamentos - mórbidos, sempre mórbidos.

O livro me lembra muito
The Gathering, de Anne Enright (2007), e talvez tenha sido um pouco demais ler dois livros tão poderosos em enfraquecer sua autoestima num intervalo tão curto de tempo. Mas como o próprio livro diz, "Quanto mais algo me machuca, mais pode me ensinar". E TTITKB é uma aula de sobrevivência, onde persistir - e seguir respirando - é a única saída e a única razão de existir.


Autora: Janice Galloway (Escócia)
Editora Vintage
+ ou - R$ 23,00
236p.